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O Ministério da Saúde divulgou os detalhes da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe deste ano no Brasil.
A imunização, que protege contra as formas graves da infecção pelo vírus influenza, acontece após uma epidemia de gripe fora de época, que acometeu cidades como São Paulo e Rio de Janeiro entre o final de 2021 e o início de 2022.
A meta do governo é vacinar 90% de todos os grupos que integram o público-alvo da campanha.
Serão distribuídas cerca de 80 milhões de doses, fabricadas pelo Instituto Butantan.
Entenda a seguir quem poderá tomar a vacina contra a gripe nos postos de saúde, quais são as datas da campanha e a importância de se resguardar contra o vírus influenza.
Quais são as datas da campanha?
O Ministério da Saúde informou que a vacinação contra a gripe em 2022 vai acontecer entre 4 de abril e 3 de junho.
O Dia D, em que ocorre uma grande mobilização nacional e um incentivo para que as pessoas tomem a dose, está marcado para 30 de abril.
A imunização acontecerá em duas etapas. A primeira, entre 4 de abril e 5 de maio, terá como prioridade idosos com mais de 60 anos e trabalhadores da área de saúde.
A segunda, a partir de 3 de maio, será aberta para os demais integrantes dos públicos-alvo.
Quem pode se vacinar contra a gripe?
A grande mudança dos grupos contemplados neste ano em relação às temporadas anteriores é a exclusão de crianças de 5 a 6 anos. Em 2021, elas faziam parte do público-alvo.
Veja a seguir os detalhes de todos os grupos que poderão receber a dose que protege contra o vírus influenza nos postos de saúde:
Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias
Trabalhadores de saúde de serviços públicos e privados
Gestantes
Puérperas (mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias)
Professores do ensino básico e superior
Indígenas
Idosos com mais de 60 anos
Profissionais das forças armadas
Pessoas com deficiência permanente
Caminhoneiros
Trabalhadores do transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso
Trabalhadores portuários
População privada de liberdade
Adolescentes e jovens de até 21 anos sob medidas socioeducativas
Funcionários do sistema prisional
Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
Confira a lista das doenças crônicas não transmissíveis que são incluídas na campanha de vacinação contra a gripe do país:
Doenças respiratórias crônicas (asma, fibrose cística, DPOC?)
Doenças cardíacas crônicas (hipertensão, isquemia, insuficiência cardíaca?)
Doenças renais crônicas (síndrome nefrótica, paciente em diálise?)
Doenças hepáticas crônicas (hepatites, cirroses?)
Doenças neurológicas crônicas (esclerose múltipla, paralisia cerebral?)
Diabetes
Quadros em que o sistema imunológico está suprimido
Obesos grau III
Quem fez transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea
Portadores de trissomias (síndromes de Down, de Klinefelter, de Warkany?)
Para ver a relação completa com todas as enfermidades, acesse o informe do Ministério da Saúde neste link.
Se você não faz parte de nenhum desses grupos, é possível tomar a vacina contra a gripe em clínicas privadas.
Há a possibilidade também de o Ministério da Saúde ampliar a imunização para toda a população no meio do ano, caso a campanha focada nos públicos-alvo não seja bem sucedida. Isso já aconteceu em anos anteriores.
Quem não pode se vacinar contra a gripe?
De forma geral, o imunizante que protege contra o influenza é seguro e com poucos efeitos colaterais.
As reações mais comuns são dor e vermelhidão no local em que a injeção é aplicada. Algumas pessoas também podem ter febre, mal estar e um pouco de dor de cabeça.
Esses incômodos costumam passar após alguns dias. Caso persistam, é importante buscar uma avaliação médica.
A vacina só é contraindicada para crianças com menos de 6 meses de idade e para indivíduos que tiveram alguma reação grave nas doses aplicadas em anos anteriores.
Quem está com febre também deve aguardar alguns dias até que esse incômodo melhore para tomar a dose.
Há algum tempo, o imunizante contra a gripe não era aplicado em indivíduos com alergia ao ovo.
Isso acontecia porque, durante o processo de fabricação, as doses são cultivadas em ovos de galinha, e havia o medo de que traços deste produto pudessem causar uma reação alérgica nos pacientes.
Mais recentemente, essa recomendação caiu por terra. O Ministério da Saúde recomenda a vacina mesmo em quem tem alergia ao ovo, desde que sejam tomados alguns cuidados básicos quando há risco de uma reação mais grave (como a presença de um profissional da saúde na unidade).
Qual é a composição da vacina em 2022?
Todos os anos, a formulação da vacina contra a gripe se modifica de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde, a OMS.
A ideia é contemplar no imunizante as cepas do vírus influenza que estão circulando com mais intensidade naquele período.
Na campanha anual, o Brasil utiliza uma vacina trivalente. Isso significa que ela traz três cepas virais diferentes.
Importante dizer aqui que os vírus que estão na vacina são fragmentados e inativados durante o processo de fabricação. Isso elimina qualquer probabilidade de eles causarem a doença.
Em 2022, a formulação da vacina contra a gripe que vai ser usada no Brasil traz as cepas:
A/Victoria/2570/2019 (H1N1)pdm09
A/Darwin/9/2021 (H3N2)
B/Australia/02/1359417/2021
A cepa H3N2 Darwin, inclusive, foi a responsável pela epidemia fora de época registrada em algumas cidades brasileiras entre o final de 2021 e o início de 2022.
A vacina é de dose única para a maioria dos grupos.
A única exceção são as crianças que vão ser vacinadas contra a gripe pela primeira vez. Nesse caso, elas devem receber duas doses, com um intervalo mínimo de quatro semanas entre as aplicações.
Pode tomar vacina contra a gripe e contra a covid no mesmo dia?
Sim, não há necessidade de aguardar um intervalo entre as doses, segundo o informe do Ministério da Saúde. Elas podem ser aplicadas no mesmo dia.
Nessa situação, o ideal é fazer a aplicação em lugares diferentes do corpo, como no braço esquerdo e no direito.
A única exceção para esta regra são as crianças de 5 a 11 anos de idade. Nesse caso específico, deve-se aguardar 15 dias entre as doses que protegem contra o coronavírus e o influenza.
Por conta da pandemia, a orientação é priorizar a aplicação do imunizante contra a covid-19 no público infantil. Só depois é que deve ser administrada a dose contra a gripe.
As autoridades em saúde pública nacionais também reforçam a necessidade de ampliar a cobertura vacinal contra o sarampo neste período - haverá, inclusive, uma campanha específica de prevenção desta doença que será voltada para crianças de 6 meses a 5 anos e trabalhadores da área de saúde.
Por que é importante se vacinar contra a gripe?
Assim como também acontece com as vacinas contra a covid, os imunizantes contra a gripe não protegem muito bem contra a infecção em si, mas são efetivos para evitar as complicações da doença, relacionadas à hospitalização e morte.
Ou seja: tomar a vacina pode até não impedir de pegar o vírus influenza, mas diminui consideravelmente o risco de o quadro evoluir para algo mais grave.
"A vacinação contra a influenza de pessoas pertencentes aos grupos alvo do programa de imunização tem como principal objetivo reduzir a carga da doença, prevenindo hospitalizações, mortes e consultas ambulatoriais e em serviços de emergência", aponta o ministério, no informe técnico publicado recentemente.
E, por mais que seja comum, a gripe é uma doença séria, que pode ter consequências para a saúde das pessoas.
A OMS estima que, todos os anos, 20 a 30% das crianças e 5 a 10% dos adultos tenham contato com o vírus causador dessa enfermidade.
A agência também calcula que aconteçam entre 290 mil e 650 mil mortes relacionadas à gripe a cada doze meses em todo o planeta.
No Brasil, a campanha de vacinação de 2021 não atingiu a meta de contemplar pelo menos 90% de todos os indivíduos que integram os públicos-alvo.
No geral, apenas 72,8% das pessoas elegíveis para tomar a dose contra o influenza foram aos postos de saúde durante a campanha do ano passado.
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